“Enquanto o secretário de
Educação da Bahia diz que cidade de Apuarema foi prejudicada por erro no envio
de dados, o que se comprova mais uma vez é que a educação na Bahia é uma grande
mentira.”
Estudantes do Colégio
Estadual Teixeira de Freitas (*também fui aluno desse colégio) voltam ao
cotidiano de aulas. O que será do futuro desse pessoal?
Por
Elenilson Nascimento
O Ideb foi criado
em 2005 para
medir a qualidade do ensino público no país e é calculado a
cada dois anos, levando em conta as notas da
Prova Brasil e os índices
de reprovação. O Inep estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas
pelo país, pelos estados, municípios e pelas escolas. O objetivo é que a
média
nacional chegue a 6 em 2021.
Dos 5.404 municípios avaliados por esse Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica, os
inacreditáveis 84,9% atingiram as metas estabelecidas pelo
Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no ano
passado, levando em conta as séries iniciais do ensino fundamental das escolas
da rede pública.
Recentemente, o
pior resultado da avaliação realizada no ano passado foi
registrado pelo município de
Apuarema, com nota
0,5. A cidade
fica no sul da Bahia, a 320 quilômetros de Salvador. Mas, de acordo com o
secretário de Educação do Estado da Bahia,
Osvaldo Barreto Filho (*o
secretário alguma vez foi em alguma escola ou, pergunta imbecil, já deu alguma
aula na vida dele?) o índice medido em Apuarema se deve a um
erro de envio
dos dados, que é feito pelo site do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Tá bom secretário, conta outra!
AS METAS – No que se refere às metas nacionais do Ideb, a Bahia teve as
seguintes notas para o ano de 2009:
3,3 para o ensino médio;
3,8 para as
séries até o 4° ano e
3,1 para o período de 5ª a 8ª série. As metas para o ano
de 2009 para o Estado eram respectivamente
3,1, 3,1 e
3,0. Para o secretário, as médias
representam a melhoria da qualidade da educação no Estado da Bahia. Ou
seja: de, em média,
3,1 o índice pulou para
3,3. Puxa vida, que mudança! Tô
impressionado com o desempenho dos estudantes baianos.
E nesse
projeto ribanceira, a Bahia ainda possui cinco outras cidades na
lista dos dez municípios com piores médias. São eles: Pedro Alexandre (
2,0), Nilo
Peçanha (
2,1),
Manoel Vitorino (
2,1),
Dario Meira (
2,2)
e Pilão Arcado (
2,2).
Como sempre, a Bahia não tem nenhum município na listas das dez melhores notas.
Sobre esse resultado,
Osvaldo Barreto Filho diz que este quadro precisa
ser revertido com trabalho. Mas que trabalho? Dos professores sem condições? Ou
da
Secretaria da Educação, a filial do Inferno? Dos 11 municípios com
piores notas, além dos seis baianos, dois estão no Piauí, dois na Paraíba e um
no Pará. Dos 13 municípios com as notas mais altas, sete estão em São Paulo,
cinco em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul.
No pátio interno do Colégio
Estadual Teixeira de Freitas, jovens se dirigem às salas. Mas para aprender o
quê mesmo?
O jornal A Tarde do último dia 05/07, publicou um comentário
meu no seu site onde questiono, mais uma vez, essa situação lamentável da
educação no Estado. A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com
a secretária de Educação de Apuarema, Zaira dos Santos, que
"mostrou-se surpresa com o resultado, mas não quis comentar os motivos do
baixo desempenho", de acordo com matéria divulgada pela Agência Brasil.
Segue abaixo o meu comentário (na íntegra) no site do A Tarde:
“Antes que os defensores do PAC do Lula venham aqui dizer que eu sou classe
alta, burguês ignorante e coisa e tal, é bom lembrar aqui que esse espaço é o
único que eu tenho para manifestar as minhas indignações, mesmo que isso venha
acabar com muitas das minhas "supostas" amizades, minha reputação e
com as minhas expectativas de futuro, mas ainda tenho o direito de me
manifestar.
Já alguns especialistas apontam ainda que a tecnologia na educação (*com essa
onda de ensino a distância com o Pedro Bial sendo professor) só pode criar
competitividade se a população está pronta para tirar proveito dela. E o Brasil
não tem uma educação de primeira classe, aliás, não educação nenhuma nessa
delicada situação de humor a dor nesses dias que correm. E como correm.
Quando entro em uma sala de aula e vejo alunos fazendo lições de qualquer jeito
(isso quando o fazem) ou assistindo à aula balançando constantemente a
carteira, brincando com o material desnecessário que carrega consigo, xingando,
ouvindo músicas nos irritantes celulares, falando besteiras, sentados de
qualquer maneira e conversando freneticamente para chamar atenção, constato que
a disciplina para o trabalho intelectual não faz parte da exigência dos
professores.
Faltou também dizer que a falha está, primordialmente, no professor, que
deveria ser o responsável pela condução das atividades na sala de aula e pela
visão crítica desses alunos. Porém, professores não têm tempo de olhar o outro
como semelhante e sim como cliente. E se eu for ficar aqui prosseguindo nessa
análise do contingenciamento escolar terei que admitir que existe uma falha do
sistema ao permitir que um professor despreparado ou sem condições esteja na
sala de aula para um mister para o qual está desqualificado, pois as faculdades
não cumprem mais o seu papel.”
ÍNDICE NO BRASIL - Em 2009, 50,2% das cidades ficaram acima da média nacional,
que foi de 4,6 pontos, em uma escala de 0 a 10. Na avaliação anterior, em 2007,
47% dos municípios conseguiram superar a média, que era de 4,2 pontos. A nota
mais alta foi no município paulista de Cajuru, no nordeste do Estado da Bahia,
a 360 quilômetros da capital. Lá, a média das notas das escolas da rede pública
ficou em 8,6.